sinopse

“Não me parece que o propósito do teatro seja o de providenciar propaganda política; seria demasiado simplista. Temos de explorar mais profundamente a nossa situação antes que a possamos compreender.”
— Edward Bond

É impossível abraçar o mundo todo. A sua labiríntica complexidade estarrece-nos. Os seus equilíbrios políticos e culturais são infinitamente delicados e deles depende um quotidiano, o nosso, em que, muitas vezes, nos vemos obrigados a tornar menos afiada a nossa consciência por forma a funcionar socialmente. E a procura de refúgios onde ser-se humano possa ainda ser uma experiência sagrada.

Este espectáculo é um desses refúgios. Uma geração, talvez, muito mais do que um conjunto de personagens. Um sentimento poético, pois é da poesia que se parte, a dar voz à ideia de derrota espiritual. E o poder transcendente do palco como criador de sentidos. De entradas e saídas por onde o mundo espreita cá para dentro e nós lá para fora.

Restou-nos, no final, a maternidade. Do espectáculo, de uma nova geração, de uma nova forma. Este é um sítio de passagem de um testemunho, a meio caminho entre a ideia que nos guiou os primeiros passos, M.A.D., a destruição mutuamente assegurada de que nos falam os teóricos bélicos, e o que há-de vir pela força que ainda nos restar. E da qual não abdicamos. Pelo menos, não por agora. Por enquanto.

ficha técnica e artística

Direcção, dramaturgia e co-criação Pedro Galiza
Assistência à dramaturgia Marta Bernardes
Interpretação e co-criação Daniel Silva, Eduardo Cê, Inês Simões Pereira, João Castro, Pedro Quiroga Cardoso, Sara Neves e Teresa Arcanjo
Concepção plástica João Castro
Produção executiva Inês Simões Pereira
Apoio à produção e fotografia Nuno Leites
Apoio à criação Ermo do Caos
Apoio Teatro Nacional São João
Co-produção Grua Crua e Casa das Artes de Famalicão

→ Aprox. 60 minutos → Maiores de 12 anos

apresentações

2020 → 24 a 26 de Janeiro
Casa das Artes de Famalicão
Famalicão, Portugal

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