sinopse
Não se lhe conhece o nome, não se lhe conhece a idade. Um anónimo entre muitos, estes segundos apenas vislumbrados pela voz do primeiro, numa loja também ela anónima, um trabalho como qualquer outro, um emprego, antes, um conjunto de tarefas repetitivas, esmagadoras, cumpridas sob o chicote de uma eterna avaliação selvática. “Empregado do mês” como justificação/meta/orgulho que dará à dança dos dias significado e alento, título que escapa por entre os dedos do nosso protagonista por uns míseros zero ponto oitenta e três. Por cento.
Apoiado em leituras mais ou menos difusas de carecas filósofos que não se compreenderam bem e assombrado pelos ecos proféticos de uma avó há muito enterrada, este herói sem dúvida trágico, inadvertidamente cómico e, acima de tudo, de dúbia moralidade, vai, entre lampejos de lúcido auto-reconhecimento e abandono delirante, trabalhando na sua sofrida aceitação. E, quando a voz de deus o visita e lhe dá rédea solta para que um eternamente adiado ajuste de contas com a vida se possa finalmente operar, outra alternativa não lhe sobra que não mergulhar em si mesmo e coroar-se, cansado, senhor do seu próprio destino.
ficha técnica e artística
Texto, encenação e concepção plástica Pedro Galiza
Interpretação e concepção sonora Daniel Silva
Desenho de iluminação Marugga (OUTcube)
Assistência de iluminação Tiago Silva e Leandro Leitão (OUTcube)
Fotografia Teresa Santos
Produção executiva Inês Simões Pereira
Produção Grua Crua
→ Aprox. 60 minutos → Maiores de 12 anos
apresentações
2021 → 27 de Novembro
FIS · Festival Internacional de Solos
Cine-teatro Garrett
Póvoa de Varzim, Portugal
2019 → 10 de Abril
GrETUA
Aveiro, Portugal
2019 → 7 de Abril
Poética da Palavra – Encontros de Teatro
Casa das Artes de Famalicão
Famalicão, Portugal
2018 → 13 a 23 de Setembro
Sala de Bolso da Assédio Teatro
Porto, Portugal